01 de junho, domingo da solenidade da Ascensão do Senhor, plenitude da Páscoa. O livro dos Atos dos Apóstolos narra o acontecimento: “Jesus, após sua ressurreição, apareceu aos discípulos durante quarenta dias e depois foi elevado na presença deles” (At 1,9). Este último gesto de Jesus encerra um duplo significado: Antes de tudo, ascendendo ao “alto”, Ele revela de modo inequívoco sua divindade. É Ele que “volta para o lugar de onde veio” –, isto é, a Deus, depois de ter realizado sua missão na terra. É o Pai quem o toma e o leva ao seu lado. Também Cristo ascende ao Céu com a humanidade que assumiu e que ressuscitou dos mortos: essa humanidade é a nossa, transfigurada, divinizada, feita eterna. Notícia extraordinária. Ascendemos aos Céus com Jesus Cristo Ressuscitado. Nós cremos e professamos nossa fé na “vida eterna”. Portanto, a Ascensão revela a “vocação suprema” de toda pessoa humana: está chamada à vida eterna do Reino de Deus, Reino de amor, de luz e de paz, reino de esperança, sobremaneira, neste ano jubilar – renovando-nos na virtude da esperança, e esperança que não decepciona/engana (cf. Rm 5,5).
No evangelho de São Lucas (cf. 24,46-53), Jesus faz uma catequese histórica de seus últimos dias entre seus discípulos. Antes de ser “levado para o céu”, Jesus recorda o que está escrito, isto é, que após sua morte e ressurreição em seu nome seriam anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações. Ordena Jesus que retornem a Jerusalém para serem “revestidos do alto”, isto é, o Espírito Santo prometido pelo Pai – o Paráclito – Defensor, Advogado, Consolador, Protetor. Jesus foi revestido pela força do Espírito Santo antes de começar o anúncio do Reino, na Sinagoga de Nazaré, naquele sábado (cf. Lc 4,1.18). Também os discípulos serão revestidos dessa “força do alto” para anunciarem a conversão e o perdão dos pecados – anunciar a redenção – a todas as nações, até os confins do mundo (cf. At 1,1-8).
Testemunho apostólico
Voltemos ao texto de São Lucas. “Em seguida, voltaram os discípulos para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no templo, bendizendo a Deus” (v. 52-53). O Templo, como casa de oração e na oração intensa glorificam e bendizem ao Pai pela salvação enviada – o Emanuel – “Deus conosco” – Jesus Cristo, agora glorificado. Enfim, somos convidados a anunciar, testemunhar e viver a boa-nova do Reino de Deus, o Evangelho, anunciado e vivido por Jesus, seus discípulos/apóstolos, e uma plêiade de homens e mulheres nestes 2000 mil anos de evangelização ao redor do mundo. Continuemos o itinerário dos discípulos e apóstolos de Jesus, que retornam a Jerusalém a fim de receberem o Espírito Santo. Temos o compromisso de dar continuidade à obra iniciada pelo Mestre de Nazaré. A missão do anúncio nos pertence. Faz parte do nosso itinerário cristão católico, nesta Igreja de Palmas-Francisco Beltrão.
Dia Mundial das Comunicações
O lema escolhido para o Dia Mundial da Comunicações neste ano de 2025, sempre na Solenidade da Ascensão do Senhor, é “Partilhai com mansidão a esperança que está em vossos corações” (1Pd 3,15-16). O Papa Francisco, recentemente falecido, disse que “a esperança e a alegria cristã não se orientam simplesmente para um estado futuro, mas é prêmio e graça de Deus, aqui e agora. Ela é vivida na aceitação dos acontecimentos, destinos e tarefas da vida aqui. Mas não é apenas uma construção de um paraíso terrestre, mas que aguarda, na obra salvífica, o Reino definitivo. Olhar para o futuro com esperança equivale a ter também uma visão da vida carregada de entusiasmo para transmitir”. Sejamos comunicadores de esperança!
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
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