“Hoje vimos coisas maravilhosas!”

Dom Edgar Xavier Ertl

Diante da cura do paralítico e o perdão de seus pecados, os ouvintes de Jesus ficaram fora de si, glorificaram a Deus e, cheios de temor, diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!” (cf. Lc 5,17-21). Jesus faz nascer a alegria e salvação onde encontra fé, docilidade e até criatividade. O paralítico entoa uma espécie de liturgia de louvor a Deus, e a multidão se une ao louvor. Ele fora introduzido pelo telhado da casa e, por entre as telhas, o desceram com o leito no meio da assembleia, diante de Jesus, e ali estava também os doutores da lei, escribas e fariseus, chamados os “murmuradores de plantão”, adversários de Jesus. Coisas incríveis são a cura de uma doença incurável, que fazia do doente um morto vivo.  Da parte humana, da comunidade reunida diante do Cristo Ressuscitado, restam o louvor e a ação de graças pela maravilha da salvação que se manifesta a cada dia na história dos que creem.

Estamos concluindo nossa jornada do ano de 2022. Em poucas horas, dar-se-á o início de outro ano, 2023. Então, num olhar retrospectivo, poderíamos parafrasear os admiradores de Jesus e de forma uníssona exclamar: “Em 2022 vimos coisas maravilhosas!”. Parece até ousadia dizer que ao cabo de mais um ano poderíamos declinar, com facilidade e em ordem alfabética as maravilhosas que aconteceram conosco, com nossas famílias, amigos, parentes, as maravilhas que aconteceram em nossas Igrejas, nossas comunidades de fé, nossas paróquias, nossas pastorais, movimentos e serviços. Coragem e ousadia de numerar as maravilhas que aconteceram em nossos ambientes de trabalhos, serviços, as maravilhas que aconteceram na sociedade em geral, sobremaneira, nas cidades, bairros e no interior. As maravilhas que aconteceram no campo da educação, da cultura e do entretenimento. As maravilhas que aconteceram no campo político e na saúde, as maravilhas realizadas no âmbito pessoal e no coletivo/comunitário. Enfim, a prece que resume todas as maravilhas tem um nome bíblico e teológico: a gratidão.

Movidos pela gratidão e pela fé!

A fé é convicção intensa e persistente em algo. Nós cremos em Deus! Nós cremos em Jesus Cristo! Fé significa a disposição para acolher as palavras de Jesus e colocá-las em prática. É a capacidade de sintonizar com ele e perceber nele a presença de Deus.  Nós cremos no Espírito Santo! Nós cremos na intercessão de Nossa Senhora, nos cremos na intercessão dos santos e dos anjos de Deus. Nós demonstramos nossa fé pelos vínculos do batismo, no pertencimento a Jesus Cristo e sua Igreja. Nós cremos no amor! Você creu em 2022 o suficiente para uma grande prece de reconhecimento da ação de Deus em sua vida?

Já a gratidão é reconhecimento por benefícios recebidos. É a ação de reconhecer ou de prestar reconhecimento a alguém ou situações, ocasiões por algo bom alcançado e realizado. Daí nasce a prece paulina: “Sede agradecido, sempre”! Ao encerrarmos o ano de 2022, ajoelhados diante do Menino Jesus, deitado no Presépio e/ou na Manjedoura, sinal concreto do amor de Deus a seu povo, que pelo menos uma prece nasça em nossos corações como agradecimento sincero das ações de Deus, de sua generosidade, pelo dom de nossa vida e o desejo que em 2023, sejamos abençoados e santificados em todas as dimensões da nossa existência.

O louvor, dom de Deus

Olhando para o Menino Jesus, neste dia 31 de dezembro, levante seus olhos ao céu e reze com a Igreja: “Ainda que nossos louvores não vos sejam necessários, vós nos concedeis o dom de vos louvar. Eles nada acrescentam ao que sois, mas nos aproximam de vós, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. Sou grato aos que estiveram conosco ao longo de 2022, lendo nossos artigos aqui pulicados. Bendito seja Deus! Com disposição, fé e esperança, acolhemos o novo ano que está chegando. Deus abençoe você e sua família. Feliz 2023!

Bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão-PR

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