Bolsa fecha em queda com volatilidade e impacto da ata do Copom

A Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão desta terça-feira (4) em queda, refletindo a alta volatilidade do mercado financeiro. Os investidores analisaram a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), considerada mais dura que o comunicado anterior, e acompanharam os desdobramentos das tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos, em especial em relação à China.

Ibovespa recua e reflete incertezas

O principal índice da B3, o Ibovespa, registrou queda de 0,65%, encerrando o dia aos 125.147,42 pontos. O Ibovespa futuro, com vencimento em fevereiro, recuou 0,79%, alcançando 125.390 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 18,75 bilhões.

Nos Estados Unidos, porém, os principais índices acionários fecharam em alta, com os investidores em Wall Street buscando estabilidade após os recentes acontecimentos no comércio global.

Mercado reage à ata do Copom

Para Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, o mercado reagiu à divulgação da ata do Copom, que se mostrou mais conservadora do que o esperado. “A ata demonstrou que as preocupações com inflação, produtividade e o cenário externo permanecem. A retirada do guidance também aumentou as incertezas sobre a postura do Banco Central”, explicou.

Moliterno também mencionou os impactos da estratégia de negociação do governo Trump, que elevou a volatilidade dos mercados globais. “O mercado segue monitorando as tarifas comerciais impostas aos chineses, especialmente no setor de petróleo. A China já revidou, mas o cenário ainda é de negociação”, destacou.

Dólar recua com acenos dos EUA

O dólar comercial fechou em queda de 0,79%, cotado a R$ 5,7693. O movimento de desvalorização foi impulsionado pelas sinalizações do governo norte-americano sobre a possibilidade de negociação com China, Canadá e México.

Para Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, as falas mais brandas do presidente Donald Trump indicam um possível alívio nas tensões comerciais. “Os Estados Unidos demonstram disposição para renegociar tarifas, o que ajudou a reduzir a pressão sobre o dólar”, afirmou.

Já Leonardo Santana, sócio da Top Gain, avalia que a moeda americana tem viés de queda no curto prazo: “O novo suporte do dólar é R$ 5,70”, projetou.

Taxas futuras de juros operam em alta

Os contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta, influenciados pela instabilidade global e pelas declarações de Donald Trump. Segundo Bruno Komura, analista da Potenza Capital, o cenário de incerteza tem mantido os investidores atentos aos mercados emergentes como o Brasil.

Por volta das 16h55 (horário de Brasília), as taxas registravam os seguintes números:

  • DI para janeiro de 2026: 14,930% (ante 14,905%)
  • DI para janeiro de 2027: 14,905% (ante 14,835%)
  • DI para janeiro de 2028: 14,615% (ante 14,620%)
  • DI para janeiro de 2029: 14,490% (ante 14,480%)

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Mercado internacional: China impõe novas tarifas

Os principais índices acionários dos Estados Unidos encerraram o dia em alta, mesmo diante das tensões comerciais com a China. O governo chinês anunciou a imposição de tarifas de até 15% sobre importações de carvão e gás natural liquefeito dos EUA, além de um aumento de 10% sobre o petróleo bruto, equipamentos agrícolas e automóveis selecionados. As medidas entrarão em vigor em 10 de fevereiro.

Confira o fechamento dos principais índices de Nova York:

  • Dow Jones: +0,30% (44.556,04 pontos)
  • Nasdaq 100: +1,35% (19.654,0 pontos)
  • S&P 500: +0,72% (6.037,88 pontos)


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