MÉTODO
Um método que propicia mais eficiência é o de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que mistura ao menos dois desses sistemas produtivos em uma mesma propriedade. Ele é utilizado, por exemplo, há mais de dez anos na Fazenda Santa Silvéria, na região de Bauru, no interior paulista.
Além de 37% de sua área ocupada por reserva nativa, a propriedade integra a lavoura de soja à pecuária de corte, conforme conta o gerente da fazenda, Fulvio Domenek. A Santa Silvéria tem cerca de 1.300 hectares de terra, com cerca de 1.800 cabeças de gado.
“O principal benefício do sistema integrado foi o aumento da arroba produzido por hectare no ano. Porque se entrega uma melhor fertilidade do solo”, diz. “Com uma maior produção de volumoso, diminui-se a necessidade de suplementação por ração. O gado se desenvolve com pasto, principalmente, e o ciclo de produção, na engorda, ficou mais rápido.”
Domenek conta que o gado do tipo Bonsmara, produzido ali, em dois anos já está fora da fazenda, como touro ou carne. Queiroz indica que o tempo médio de abate no Brasil é de 36 meses. Menos tempo no pasto significa menos fermentação entérica.
Utilizando os dejetos do gado, em Rondônia, o projeto Energias Renováveis da Amazônia (ERA), do Centro de Estudos Rioterra, busca também mitigar os impactos climáticos. Desde 2017, foram instalados 28 kits biodigestores em fazendas de produção leiteira das cidades de Itapuã do Oeste, Cujubim e Rio Crespo.
A instalação do equipamento nas fazendas não é completamente gratuita, mas o custo é acessível, conforme explica Alexandre Queiroz, biólogo e coordenador de Educação da Rioterra. Com subsídio, os agricultores precisam arcar com 20% do valor do equipamento – um montante que gira em torno de R$ 800 e que pode ser pago em 12 vezes.
O equipamento permite fazer a gestão de resíduos da propriedade. Acrescidos de água, o esterco do gado e resto de alimentos são transformados em biogás e adubo. A mitigação da emissão de gases estufa, principalmente, do metano, se dá pelo uso do esterco que, quando fresco e a céu aberto, ao decompor-se, libera o poluente. “Ao todo, com os 28 biodigestores, em três anos, já evitamos a emissão de 10,7 toneladas de CO2 e 6,1 toneladas de CH4”, explica Queiroz.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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