Acredita-se, por exemplo, que jornalistas enviados a Roma têm uma “ideologia enviesada” e que manifestantes contrários ao governo foram pagos com “dinheiro desviado da Petrobras” no passado. Os protestos de brasileiros vistos em solo italiano são avaliados, pelo governo, como “antipatrióticos” e a situação analisada como “detestável” e “vergonhosa”.
Além disso, apesar de receberem espaço na mídia doméstica, tratam-se, de acordo com membros do governo, de uma clara minoria, já que, segundo eles, a maioria das pessoas que buscou ter algum contato com a delegação brasileira em Roma se aproximou de Bolsonaro e demais integrantes da comitiva de forma pacífica e elogiosa.
Muitas dessas pessoas, conforme descreveu uma autoridade brasileira, estavam vestidas de verde e amarelo e seguravam balões com bandeira do Brasil. Em um dos episódios, ainda conforme o relato, havia cerca de 100 pessoas favoráveis ao governo, mas o espaço dado por jornalistas foi apenas a “um casal” que teria chamado o presidente de assassino, vagabundo e genocida.
Além disso, uma das fontes enfatizou que, ao contrário do que se propagou, Bolsonaro não estava isolado em uma reunião de líderes, mais informal, que ocorreu em Roma no âmbito do G20.
Vídeos e textos jornalísticos divulgados nos últimos dias mostraram Bolsonaro apenas conversando com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e sendo ignorado por outros líderes.
Segundo a fonte, depois de a imprensa brasileira ter sido retirada do local, no entanto, Bolsonaro foi cumprimentado com entusiasmo por outros chefes de Estado e de governo. Um deles teria sido o anfitrião da COP-26 na Escócia, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Outro vídeo que circula nas redes sociais em contas de jornalistas brasileiros mostra a resposta de Bolsonaro a uma pergunta sobre o motivo de ele ter decidido não ir à Convenção do Clima. Alguns dos líderes mundiais emendaram a viagem para Roma à Escócia. “Não te devo satisfação, rapaz”, respondeu o presidente.
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