
O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (3) em alta de 0,55%, aos 137.546,26 pontos, impulsionado pelo ambiente externo favorável e pelas expectativas de avanço nas negociações entre Executivo e Legislativo para substituir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O índice futuro para junho subiu 0,71%, alcançando 138.395 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 21,7 bilhões.
A valorização da Bolsa brasileira foi amparada pelo desempenho das ações de varejo e bancos. Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) subiram 7,44%, enquanto Lojas Renner (LREN3) avançaram 2,50%. O índice Small Caps teve alta expressiva de 2,28%. Já as ações do Bradesco (BBDC3 e BBDC4) fecharam em alta de 1,28% e 1,72%, respectivamente, após o Itaú BBA elevar a recomendação para outperform (compra), com preço-alvo de R$ 20. É evidente o efeito positivo que ações específicas tiveram sobre o Ibovespa.
Na ponta oposta, as ações da Petrobras (PETR4) chegaram a cair mais de 1% ao longo do dia, encerrando com leve queda de 0,26%. A Vale (VALE3) fechou praticamente estável, com variação negativa de 0,05%. Ambas as empresas foram colocadas em observação pela agência de classificação de risco Moody’s.
Outro destaque foi a alta da Petz (PETZ4), que avançou 0,93% após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a fusão da companhia com a Cobasi.
Otimismo com IOF e cenário internacional
De acordo com o economista Alexsandro Nishimura, sócio da Nomos, o alívio nos mercados internacionais e os sinais de possível alinhamento entre o governo e o Congresso sobre o IOF sustentaram a alta do Ibovespa. “O pregão começou pressionado pela queda das commodities, mas o sinal inverteu com dados fracos nos EUA, que aumentaram as apostas em cortes de juros pelo Fed, e com o avanço nas negociações políticas em Brasília”, explicou.
Tiago Feitosa, fundador da T2 Educação, também vê com bons olhos o alinhamento entre os Poderes, mas pondera que o mercado ainda aguarda as propostas efetivas do governo. “O mercado espera saber como o governo vai resolver o IOF e cumprir a meta fiscal. É preciso pensar em reforma estrutural, não apenas arrecadar agora para gastar em ano eleitoral”, disse.
Marcelo Boragini, especialista da Davos Investimentos, reforçou que os investidores continuam atentos às incertezas fiscais e à desaceleração da economia chinesa, que pressiona os preços das commodities, como minério de ferro e petróleo. O alerta sobre a influência da economia chinesa no Ibovespa é importante.
Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, destacou o sentimento de cautela. “A expectativa é que o governo traga uma proposta negociada com o Congresso, mas os investidores ainda têm receio quanto ao teor das medidas”, disse.
Câmbio e juros futuros
O dólar comercial fechou em queda de 0,64%, cotado a R$ 5,6367, refletindo o otimismo com os desdobramentos políticos sobre o IOF. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que apresentará um pacote com Proposta de Emenda à Constituição (PEC), Projeto de Lei (PL) e, possivelmente, uma Medida Provisória (MP) para tratar do tema, após reunião com líderes partidários marcada para o domingo (8).
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, destacou que “o mercado está apostando em um desfecho positivo do IOF e há um aceno de que o governo está disposto a cortar gastos estruturais”. Ainda assim, alertou que “se for uma solução superficial, o mercado vai reagir negativamente”.
No mercado de juros futuros, os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram o dia em alta, com os investidores atentos à trajetória fiscal. Às 16h29 (horário de Brasília), as taxas eram:
- DI jan/26: 14,815% (ante 14,770%)
- DI jan/27: 14,200% (ante 14,165%)
- DI jan/28: 13,705% (ante 13,675%)
- DI jan/29: 13,685% (ante 13,605%)
Bolsas dos EUA fecham em alta
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários encerraram o pregão em alta, impulsionados pelas ações de tecnologia e pelo avanço nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. O papel da Nvidia subiu mais de 3%, ultrapassando a Microsoft em valor de mercado pela primeira vez desde janeiro.
- Dow Jones: +0,51%, aos 42.519,64 pontos
- Nasdaq 100: +0,81%, aos 19.398,96 pontos
- S&P 500: +0,58%, aos 5.970,37 pontos
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