O Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), mantido pela Itaipu Binacional, realizou nesta segunda-feira (23) a microchipagem de um filhote de gato-maracajá — batizado de Maracujá — e de dois filhotes de harpia, marcando uma etapa fundamental para o monitoramento das espécies sob cuidados humanos.
A ação segue os protocolos de identificação exigidos por zoológicos, conforme regulamentação do Ibama, permitindo o acompanhamento individual do histórico dos animais. De acordo com a médica-veterinária da Itaipu, Aline Luiza Konell, o microchip é um dispositivo pequeno, aplicado sob a pele em mamíferos ou na musculatura peitoral de aves.
“É como uma injeção. O animal sente um leve desconforto no momento, mas logo está bem. O chip garante que possamos registrar toda a trajetória do animal com precisão”, explica.
Gato-maracajá fortalece diversidade genética
O filhote de gato-maracajá nasceu em 9 de maio, fruto do cruzamento entre um macho resgatado da vida livre pelo Parque Ecológico da Klabin, em Telêmaco Borba (PR), e uma fêmea residente no RBV. Segundo Aline, essa união fortalece o perfil genético da espécie, ampliando as chances futuras de reintrodução do animal à natureza.
“Aguardamos o momento adequado para o procedimento, respeitando o desenvolvimento do filhote e o vínculo materno”, complementa.
Harpias alcançam marco reprodutivo no RBV
Os dois filhotes de harpia microchipados são os 58º e 59º nascidos no Refúgio, resultado de diferentes casais reprodutores. Trata-se de um macho e uma fêmea, ambos com bom desenvolvimento. Uma das aves já alcançou 4 quilos, o que permitiu a realização do procedimento com segurança. A aplicação do chip ocorre somente após o fortalecimento da musculatura peitoral, condição essencial para aves de grande porte.
Monitoramento individual e controle nacional
No RBV, todos os animais recebem microchipagem, como forma oficial de identificação individual.
“O número de identificação é único e composto por vários dígitos. Ele nos permite saber exatamente quem é quem dentro do plantel, e os dados são integrados a um sistema nacional controlado pelo Ibama”, afirma a veterinária.
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