A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná promoveu, na manhã deste sábado (17), uma reunião emergencial com técnicos e lideranças do setor agropecuário para discutir medidas de proteção à avicultura paranaense. O encontro foi motivado pela confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
O Paraná lidera a produção e exportação de carne de frango no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 35% da produção nacional e 42% das exportações. Diante desse cenário, o secretário estadual Marcio Nunes convocou o encontro, que contou com a participação remota do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Durante a reunião, foram discutidas estratégias para conter o avanço da doença e mitigar os impactos econômicos da suspensão temporária das exportações imposta por alguns países importadores, como a China. O governo chinês decretou a suspensão das compras por 60 dias, mas o ministro Fávaro acredita que, com base em tratativas diplomáticas e na transparência das ações, o período pode ser reduzido e limitado à região afetada.
“Já realizamos o isolamento da área de Montenegro e estamos conduzindo a rastreabilidade dos pintainhos que saíram de lá. Com foco, transparência e eficiência, acreditamos ser possível restabelecer o fluxo comercial antes dos 60 dias”, afirmou Fávaro.
A importância da comunicação clara e da rigorosa aplicação dos protocolos sanitários foi enfatizada por todos os participantes. O secretário Marcio Nunes reforçou a necessidade de responsabilidade compartilhada: “É fundamental que cada um faça a sua parte. Precisamos da colaboração dos proprietários das cerca de 20 mil granjas paranaenses para manter os plantéis protegidos”.
Entre as medidas recomendadas estão a verificação constante das instalações, garantindo que não existam frestas nas telas que possibilitem o acesso de animais externos, e a restrição da entrada de pessoas às estritamente necessárias, sempre com rigor nos processos de desinfecção de calçados, roupas e veículos.
A Secretaria também destacou a importância da comunicação imediata à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) sobre qualquer alteração no comportamento das aves, como sintomas respiratórios, secreções nasais, espirros, incoordenação motora, diarreia ou aumento anormal da mortalidade. Esses sinais podem indicar infecção por influenza aviária.
Segundo o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, o Paraná não registra, até o momento, casos suspeitos ou em investigação. No entanto, o alerta é permanente. A agência mantém vigilância ativa em mais de 300 propriedades, com análise amostral constante, além de monitoramento de aves migratórias no litoral.
“Em casos de suspeita, o atendimento técnico é realizado em até 12 horas. A vigilância é contínua para garantir que o vírus não entre no estado”, explicou Martins.
Martins também tranquilizou os consumidores, ressaltando que o consumo de carne de frango segue seguro. A gripe aviária não é transmitida pelo alimento, mas sim pelo contato direto e prolongado com aves vivas contaminadas.
A reunião contou ainda com a presença do secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), do Sistema Ocepar, do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e de empresas produtoras de carne de frango.
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