Pato Branco realiza mutirão contra a dengue

Aline Vezoli

Com o aumento do calor já esperado para essa época do ano e com chuvas espaçadas, o período já conhecido pelo maior índice de focos do mosquito Aedes Aegypt, responsável por transmitir doenças como dengue, Zika, despertou novamente a preocupação da população.

O aparecimento de focos do mosquito costuma acontecer entre setembro e abril, devido ao clima propenso. No entanto, Pato Branco e outros municípios do Sudoeste estão enfrentando um período atípico até para essa época, com um número elevado de casos confirmados de dengue e aumento de mosquitos em toda a cidade.

Pensando em frear a contaminação pelo vírus da dengue, nesta terça-feira (8), a Prefeitura de Pato Branco deu inicio ao mutirão de limpeza nos bairros, com foco inicial em locais onde há maior número de casos confirmados, sendo os bairros Vila Isabel, São Luís e Bortot.

Para lidar com a situação, estão envolvidos profissionais das Secretarias de Saúde e Meio ambiente do município com, em média, 35 agentes comunicando a população através de visitas, nas residências e informativos. Enquanto isso, patrolas e caçambas também foram disponibilizadas para efetuar a parte operacional de limpezas.

Segundo o coordenador do Controle de Endemias, Juliano Santos, mutirões como esse foram realizados até o ano de 2019 e só agora está sendo retomado. “Como a covid estava intensa, era a prioridade. No entanto, o trabalho em combate a dengue continuou ininterrupto com os agentes realizando visitas e orientações”, comenta.

O coordenador fala ainda que esse trabalho é um auxílio para a população, pois é de responsabilidade do proprietário ou responsável pela residência e/ou terreno dar destino ao lixo e vistoriar o local para evitar focos de mosquitos. “Devido a quantidade elevada de casos de dengue, que chegou a 22 confirmados no início de março, e a quantidade de focos que estamos encontrando nas vistorias, a prefeitura vai auxiliar a população através desse mutirão”.

Preocupação em relação a residências

O setor de endemias do município conta com 80 pontos estratégicos, onde há maior preocupação em relação a quantidade de mosquito. Entre eles, estão os locais com maior risco de incidência de potenciais criadouros, como ferro velho, loja de piscinas, borracharias e outros, sendo que esses locais recebem a visita de agentes a cada 15 dias.

Porém, Santos afirma que a maior preocupação atualmente é com as residências. “Nos pontos estratégicos dificilmente encontramos larvas. As residências são os locais onde há maior incidência, onde encontramos cisternas, caixas d’agua abertas, banheiros não utilizados com larvas nos ralos, água da chuva armazenada incorretamente, potes e outros.

Trabalho ininterrupto

Com o aumento no número de casos de dengue, o setor epidemiológico mantém, além do mutirão, as visitas realizadas em domicilio a cada dois meses, “que já é um trabalho de rotina, com orientações, levantamento de índice, onde a cada dois meses fazemos uma porcentagem da cidade para tirar amostras de quantas larvas são coletadas a cada sete dias, verificando o índice de infestação”.

Através desse levantamento, Rodrigo afirma que o município consegue agir com mais clareza nas áreas onde maior incidência do mosquito, como palestras em escolas e eventos em parceria com o Sesc no Dia D Contra a Dengue. “Estamos preparando para dia 12 de março, em parceria com o Sesc, o Estado e com a Sétima Regional de Saúde, mais uma ação de conscientização”.

Já nos casos onde a situação é favorável a procriação de mosquitos transmissores de doenças for encontrada em terrenos, uma ação em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente é realizada. “Os agentes de endemias nos passam a informação quando encontram muito mato ou possíveis focos de mosquito, entramos em contato com a pessoa e notificamos com o prazo para regularizar o problema. Se a regularização não acontece no prazo, aplicamos uma multa”, aponta, comentando ainda que, nesse ano, ainda não precisaram multar proprietários de terrenos.

Como ultimo recurso, em caso de uma situação fora de controle na região, o coordenador afirma haver a possibilidade de utilizar veneno. No entanto, esse recurso agride a natureza e só seria utilizado em caso de risco eminente de epidemia, com lotação nas unidades de saúde. “Queremos deixar bem claro para a população, já que muitos pedem, que a vigilância não passa veneno em residências. Isso só será usado em últimos casos, nos locais com maior índice de mosquitos, pois o produto agride muito a natureza e mata os animais que em torno do local que receber o veneno”.

Mutirão

A ação de conscientização deve continuar nos próximos dias, partindo da Zona Sul para a Zona Norte. “Não temos um cronograma pronto, mas comunicaremos a população dos bairros com antecedência”, diz Rodrigo.

O coordenador conclui que a situação é generalizada, pois há grande incidência de mosquitos em todos os bairros, pedindo que a população cuide de suas residências e, como os agentes passam a cada dois meses, façam a vistoria por conta, retirando os focos de mosquitos, não deixando água parada e lixo espalhado. “O ciclo do mosquito é de sete dias, por isso é tão importante o cidadão cuidar da residência”.

O proprietário também pode entrar em contato com a Vigilância Sanitária através do telefone (46) 3213-1721 para solicitar orientações ou realizar denúncias em caso de encontrar focos de mosquito em outros locais.

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