População rejeita parquímetros 

Estudo feito pelo Depatran revela baixa adesão da população ao serviço de parquímetros em Pato Branco

Por 160 dias, — de 1º de setembro de 2021 a 7 de fevereiro de 2022 —, o Departamento Municipal de Trânsito (Depatran) de Pato Branco realizou teste na área do Estacionamento Rotativo (Estar), com cinco parquímetros.

Inicialmente a intenção era que o estudo que apontaria a viabilidade, ou não, dos aparelhos na cobrança do estacionamento em via pública era para ser de 90 dias, no entanto, segundo o diretor do Depatran, Robertinho da Luz Dolenga, se estendeu, porém, em nada atrapalhou a percepção do comportamento da população no que se refere a forma de pagamento do Estar.

Conforme o relatório finalizado em 3 de março, foi observado “que a utilização por parte dos usuários do parquímetro apresentou decréscimo no número de acionamentos se comparados ao primeiro mês de operação.”

Em setembro de 2021 a média diária de acionamentos foi de 105, ou seja, em 24 dias úteis, 2.533, já nos sete dias de acionamentos no mês de fevereiro, a média foi 64.

“Constatamos que houve pouca aceitação da população durante o período que ele ficou operando na cidade”, revela Dolenga pontuando que além dos baixos acionamentos dos parquímetros, também foi observado a questão dos custos para os cofres públicos, “se o Município contratasse o serviço, pagaria hoje, com os mesmos cinco parquímetros e considerando a demanda de acionamentos, gataria entorno de R$ 3,2 mil ao mês, o que fica quase R$ 40 mil ao ano”, relatou Dolenga falando que a questão do custo, com a pouca utilização por parte da comunidade “pesou na decisão de não manter o serviço.”

O relatório final ainda levou em consideração que, caso o Município adotasse o sistema de parquímetro seria necessária a realização de licitação para o serviço, e que o custo operacional do serviço previsto era de 6% sobre os valores eventualmente arrecadados por meio de compra de estacionamento com cartões de crédito ou débito.

No entanto, também foi ponderado que “deve ser considerado na análise o fato de que o dispositivo parquímetro está sempre disponível ao cidadão para pagamento do estacionamento regulamentado, suprindo eventuais deficiências causadas pela ausência de agentes de trânsito”, a o que foi ressalvado que “embora a existência do parquímetro supra em parte a ausência do agente de trânsito, este se trata de meio auxiliar e complementar no contexto do sistema do estacionamento rotativo, eis que a presença física do agente de trânsito é fundamental para a ação de fiscalização, pois caso contrário o sistema de rotatividade dos veículos será ineficiente.”

Dolenga afirma ainda que o estudo realizado, não especificou se os usuários dos parquímetros eram, ou não, moradores de Pato Branco. Segundo ele, por ser acionado o pagamento do estacionamento via a informação da placa do veículo tal levantamento até poderia ser realizado, contudo, de forma individualizada. “Fizemos somente em termos de quantitativo de utilização, por parquímetro, durante o horário de funcionamento do Estar.”

EstarDigi

O relatório final dos parquímetros também possibilitou um comparativo com a utilização do aplicativo EstarDigi, — dispositivo móvel, utilizado para a utilização do estacionamento rotativo em Pato Branco.

Enquanto os parquímetros tiveram acionamento de 4,62%, mais de 95% dos acionamentos sem a participação dos agentes de trânsito foram através do EstarDigi.

Conforme comparativo disponibilizado no relatório final do estudo dos parquímetros, “o aplicativo EstarDigi apresentou uma média de 1.391 acionamentos ao dia, no mesmo período [setembro de 2021 a fevereiro de 2022].”

Como o relatório final aponta para a não continuidade do serviço de parquímetro, a empresa segundo Dolenga foi comunicada de que não será dado continuidade, portanto, não será feita licitação, e que a mesma deve recolher os cinco equipamentos instalados na área central de Pato Branco.

você pode gostar também
Deixe uma resposta