Câncer de Próstata: preconceito e desinformação aumentam os índices de mortalidade da doença

A cada 41 homens, pelo menos um morrerá de câncer de próstata, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), sendo esta a segunda principal causa de morte por câncer no gênero, atrás apenas do câncer de pulmão.

Especialistas afirmam que o preconceito e a desinformação ainda são fatores agravantes, que se vencidos, podem elevar o número de diagnósticos precoces, aumentando os índices de cura da doença.

De acordo com o urologista, Leandro Peyneau, o câncer de próstata pode acometer homens a partir dos 50 anos de idade. “Alguns fatores implicam em uma maior probabilidade de desenvolvimento da doença, tais como a história familiar e a raça negra, ou seja, é mais prevalente nas famílias que têm o histórico de câncer de próstata e em pessoas de raça negra quando comparadas as pessoas de raça branca”, disse.

De fato, a incidência maior ocorre em homens mais velhos, sendo que, seis em cada 10 casos são diagnosticados em homens acima 65 anos. Apenas casos raros, são identificados nos mais jovens.

Homens mais velhos devem ter cuidados anuais

Por ser em idade mais avançada, a maior incidência da doença de câncer de próstata, Peyneau afirmou que o acompanhamento periódico, realizado com um médico especialista sempre será a melhor estratégia para vencer a doença. “Os homens a partir de 50 anos devem fazer uma visita anual ao urologista para realização do exame de toque retal e dosagem do PSA (marcador de câncer de próstata no sangue)”, observou.  

Assim como nos demais tipos de câncer, a hereditariedade também se apresenta como um fator agravante. Os casos de pessoas com histórico de câncer de próstata na família devem ter atenção redobrada, iniciando os cuidados preventivos ainda mais cedo e com maior regularidade. “A recomendação é que se inicie aos 45 anos e que sejam feitas 2 visitas anuais ao urologista”, ressaltou o médico.

O tratamento contra o câncer causa impotência sexual?

Questionado sobre o assunto, o urologista afirmou que este é um dos maiores mitos relacionados ao tema. Os avanços da medicina, tanto relacionados às técnicas cirúrgicas, quanto ao tratamento radioterápico, reduziram consideravelmente a incidência deste tipo de sequela. Porém, não é possível atribuir apenas ao tratamento, os motivos para a disfunção sexual, que depende também de fatores como: idade, tamanho e tipo de tumor e histórico anterior da função erétil do paciente.

Dados divulgados pelo INCA afirmam que um em cada 9 homens será diagnosticado com câncer de próstata durante sua vida, portanto, o melhor recurso sempre será o da prevenção. “Embora a medicina avance diariamente, o diagnóstico precoce do câncer de próstata ainda é o que há de melhor a oferecer ao paciente. Ressalto que, quando diagnosticado precocemente, é possível atingir a cura da doença”, garantiu Peyneau.

Entre outros mitos relacionados ao cancer de próstata, o médico afirmou que alguns pacientes acreditam que a radioterapia um tratamento melhor do que cirurgia, ou ainda, que apenas um exame de sangue já é suficiente para o diagnóstico da doença, ambos fatos incorretos que podem dificultar tanto o diagnóstico da doença quanto o seu tratamento.

“O exame de PSA não deve fator determinante para o diagnóstico, uma vez que, mesmo com os níveis dentro da faixa da normalidade, pode haver um câncer em fase inicial. É preciso investigar”, alertou o urologista. Peyneau relembrou ainda, que o câncer de próstata só gera sintomas em fases avançadas, portanto, os homens devem ter atenção redobrada à sua saúde. “O tratamento é individualizado, sendo necessário uma análise criteriosa para definir a melhor conduta a ser adotada, mas sempre devemos lembrar que somente o diagnóstico precoce permite a cura da doença e ninguém tem sua masculinidade ferida por fazer o exame da próstata”, finalizou.

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