Polícia Civil prende falsa médica em Coronel Vivida

Após denúncia e trabalho de investigação, a Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (13) uma falsa médica, que atuava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Coronel Vivida. A mulher, que já teria atendido centenas de pacientes, não teve o nome divulgado.

O delegado Rômulo Contin Ventrella, disse em entrevista coletiva, na manhã desta quinta, que foram procurados no início da semana pela Secretaria de Saúde do Município de Coronel Vivida e informados que possivelmente uma mulher, que atuava como médica na UPA, seria uma falsária.  Durante o levantamento de informações descobriram que a mulher não é formada em medicina, mas estava se passando por médica e já estaria atuando há quatro meses tirando plantões nas unidades de saúde de Coronel Vivida.

Rômulo acrescentou que a Secretaria de Saúde também forneceu documentação de pessoas que já teriam sido atendidas por ela. Com isso, iniciaram as investigações e descobriam os modus operandi da mulher, que por não ter formação na área médica procurava tirar plantões na unidade central porque no local tem sempre o trabalho de dois médicos e quando surgiam situações mais graves, pacientes com riscos, ela sempre acabava apelando para o atendimento de um médico de fato.

De acordo com Rômulo, a conduta da mulher, que é natural de Londrina, acabou chamando a atenção dos médicos e funcionários da UPA, uma vez que ela não fazia procedimentos considerados simples para um profissional de saúde e o próprio corpo clínico iniciou a pesquisa e descobriu que ela não era médica.  A mulher atendeu nesse período cerca de 1.400 pacientes na UPA, mas, segundo informações preliminares, nenhum evoluiu para óbito, mesmo assim ela prescrevia medicamentos e solicitava exames para essas pessoas que eram atendidas.

Rômulo informou que na manhã desta quinta seria o primeiro plantão dela depois de descoberta a fraude. Tão logo ela chegou na UPA se dirigiu a sala de atendimento já com jaleco e carimbo de um CRM falsificado e foi abordada pela equipe policial e questionada se era médica.  Em primeiro momento a mulher disse que sim, mas foi confrontada com os documentos que a polícia tinha e acabou admitindo que realmente não tinha formação médica. “Nós temos duas situações, que é o exercício ilegal da medicina e o crime de estelionato”, disse o delegado.

Com relação a contratação dela, Rômulo disse que também é objeto de investigação, mas a municipalidade é tão vítima quanto à população atendida. “A modalidade de contratação do serviço é de uma licitação de uma pessoa jurídica pelo Município. Essa pessoa jurídica é quem contrata esses médicos. E foi nessa contratação, no nosso entender, que houve um erro por não terem sido exigidos os documentos necessários, que comprovariam que ela era de fato uma médica e poderia exercer a função na UPA. Houve uma falha de procedimento na hora da contratação dessa mulher, que descobriu esse furo e por meio dele acabou se infiltrando na rede de saúde municipal” afirmou.

Conforme levantado pelo delegado Rômulo, a mulher também teria prestado um plantão na cidade de São João.  “Em pesquisa que fizemos quando o fato chegou até nós, foi descoberto também que ela tentou aplicar o mesmo golpe recentemente no município de São João do Ivaí (PR). Ela também se inscreveu para atuar como médica plantonista, só que exigiram de pronto a documentação que comprovasse que era médica. Ela teria apresentado um diploma, mas foi descoberto que era falso”, completou.

Crédito: Reprodução

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