Precisamos cuidar da Amazônia, mas sem achar que ela é intocável, diz FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu na quinta-feira, 22, ser “preciso cuidar da Amazônia, da sua riqueza, sem achar que é intocável”. Segundo ele, o desafio será encontrar o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental e é melhor que os brasileiros façam as políticas de proteção “do que os estrangeiros venham para cá fazer isso”.
Fernando Henrique participou do evento O mundo de olho na Amazônia: Ameaças e oportunidades para o Brasil, promovido pela fundação que preside. Convidado para fazer a fala de abertura, Fernando Henrique abordou sua relação pessoal com a região Amazônica e apontou os caminhos que poderiam ser feitos para “cuidar” da floresta.
Nesta semana, ocorre a Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente Joe Biden, com a participação de governantes de 40 países, incluindo o Brasil. Após recordes de desmatamento e incêndios, a política ambiental de Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas no exterior.
“Conheci a Amazônia tarde, quando eu já era presidente. Certa vez dormi numa rede no meio da floresta e fiquei muito impressionado com o que vi. A Amazônia provoca forte emoção para mim, pois minha mãe nasceu em Manaus. É claro que não é uma região intocável, mas é muito importante para nós brasileiros”, disse.
Ele explicou que gostaria de mostrar seu ponto de vista a partir de suas experiências com a Amazônia. “A primeira sensação é de imensidão. Tudo é numa escala muito grande. Então, entendo que é preciso cuidar da Amazônia, de sua riqueza, mas sem achar que é intocável”, comentou.
Sociólogo, professor e pesquisador, ele aposta no desenvolvimento sustentável como saída para a região. “Temos consciência da necessidade de preservar, mas também de preservar a vida. Existe um adensamento populacional dentro daquela mata. É preciso equilíbrio entre a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico daquela região”, disse.
Presidente da República de 1995 a 2003, FHC reconhece que muitas vezes é “fácil falar, mas difícil fazer”. E aponta caminhos para tentar chegar a essa solução. “É importante desenvolver políticas para isso e não destruir o que é fonte de vida. E acho que é melhor que os brasileiros façam essa política do que os estrangeiros venham para cá para fazer isso”, concluiu.
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