Copel promove preservação de sítio arqueológico em Realeza

A preservação do patrimônio arqueológico é fundamental para entender as origens da ocupação humana no Brasil e valorizar a diversidade cultural do território nacional. Mesmo que muitos acervos regionais ainda sejam pouco conhecidos, eles conservam vestígios significativos sobre os modos de vida, costumes e tecnologias dos povos que habitaram essas regiões. Como parte de suas ações socioambientais, a Copel tem atuado na identificação e proteção de sítios arqueológicos em áreas onde desenvolve obras de infraestrutura elétrica.

Nos municípios de Ibema, no Oeste, e Realeza, no Sudoeste do Paraná, a companhia realizou a identificação de dois sítios arqueológicos — Trincheira e Bocchi — por meio de ações de mapeamento, educação patrimonial e envolvimento comunitário. A programação incluiu encontros com moradores, visitas a escolas e saídas de campo, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre esse patrimônio e valorizar os achados arqueológicos in situ.

Essas iniciativas integram os estudos exigidos para a implantação de empreendimentos voltados ao reforço da infraestrutura elétrica no Paraná, estado que em 2025 recebe investimento recorde de R$ 2,5 bilhões em distribuição de energia. Antes da instalação de linhas de alta tensão, subestações e usinas, a Copel contrata equipes especializadas para realizar estudos arqueológicos e identificar possíveis bens culturais no solo, em camadas superficiais ou profundas, bem como em cavernas, encostas e paredões rochosos.

Quando há confirmação da presença de bens arqueológicos, são elaborados planos de preservação ou salvamento, com apoio de museus e centros de pesquisa. Também são desenvolvidas ações educativas com a comunidade, por meio do Programa de Educação Patrimonial da Copel.

Sítio arqueológico Trincheira: ocupações pré-históricas e história recente

Um dos destaques das ações recentes é o sítio arqueológico Trincheira, localizado na Linha Gaúcha, zona rural de Ibema. Descoberto em 2015 durante o licenciamento de uma linha de transmissão entre Ibema e Cascavel, o local apresentou vestígios de ocupações pré-históricas compatíveis com os povos Jê, que viveram na região há cerca de 3 mil anos.

As pesquisas também indicam que as estruturas do sítio podem ter sido reutilizadas como trincheiras durante conflitos armados associados à Revolução Paulista, nos anos 1920. Com o suporte técnico de uma consultoria científica, a Copel realizou a avaliação e sinalização do sítio, com levantamento topográfico georreferenciado e mapeamento por drone para documentar detalhadamente as estruturas arqueológicas.

No total, foram identificadas 19 estruturas utilizadas como abrigos, das quais 15 são subterrâneas e quatro elevadas. A sinalização permanente do local foi reforçada com novas placas instaladas conforme as diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

As ações educativas incluíram uma palestra no Centro Cultural Indalicio Margoti e visitas técnicas de alunos do 5º ano das escolas municipais Octávio Simione e Getúlio Vargas. Durante as visitas, conduzidas por uma arqueóloga, os estudantes puderam manusear artefatos arqueológicos autênticos e registrar suas observações em fichas de visita.

Sítio Bocchi: fragmentos da Tradição Tupi-Guarani em Realeza

No município de Realeza, as ações de valorização envolveram o sítio arqueológico Bocchi, também identificado em 2015 durante o licenciamento de obras para a ampliação da subestação local da Copel. Associado à Tradição Tupi-Guarani, o sítio abriga fragmentos cerâmicos e líticos de relevância histórica.

Alunos da Escola Municipal 24 de Junho participaram de oficinas de escavação simulada e análise laboratorial de materiais arqueológicos. A doutora em História e Arqueologia Ana Lucia Herberts, responsável pela atividade, destacou o impacto positivo do contato com peças autênticas no estímulo ao aprendizado e à valorização da preservação.

As ações em Realeza também contaram com a participação de Antonio Myskiw, professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que ministrou palestras abertas à comunidade e concedeu entrevistas à rádio local. A Copel implementou medidas de preservação no entorno do sítio, como sinalização e capacitação das equipes de manutenção e operação da nova linha de transmissão entre Capitão Leônidas Marques e Realeza.

Compromisso com o desenvolvimento sustentável

A atuação da Copel na preservação arqueológica está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com destaque para os ODS 4 (educação de qualidade), 10 (redução das desigualdades) e 17 (parcerias e meios de implementação). As iniciativas também atendem à Constituição Federal e à Lei nº 3.924/61, que regulamenta a proteção do patrimônio arqueológico brasileiro.

Desde 1964, quando participou da construção da Usina Salto Grande no rio Iguaçu, a Copel já financiou pesquisas voltadas à preservação, prospecção e resgate de centenas de sítios arqueológicos nos dez estados onde atua com geração e transmissão de energia.

Para mais informações sobre os projetos da Copel, acesse copel.com.

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