O Banco Central do Brasil (BCB) desenvolve o Drex — nome oficial do real digital, a moeda digital de banco central (CBDC) do país. O projeto, em testes desde 2023, busca oferecer um ambiente seguro, regulado e programável para transações com ativos digitais e contratos inteligentes, com foco em eficiência, competição e novos serviços financeiros. O Drex não substitui o dinheiro físico; ele será mais uma opção de infraestrutura para o sistema financeiro brasileiro.
Segundo o BCB, o Piloto Drex começou em março de 2023 para validar a tecnologia, a governança e a aderência regulatória — inclusive privacidade e observância à legislação. A participação envolve instituições autorizadas, que simulam emissão, resgate e transferência de ativos tokenizados em ambiente controlado.
O que é o Drex e qual a proposta
O Drex é a representação digital do real emitida pelo Banco Central. A iniciativa pretende simplificar operações complexas (como crédito com garantias e compra e venda de ativos), reduzir custos de liquidação e ampliar a competição ao permitir programabilidade por meio de contratos inteligentes, em integração com Open Finance e com a experiência criada pelo Pix.
Drex e Pix: diferenças
Embora o Drex e o Pix sejam iniciativas do Banco Central do Brasil voltadas à modernização do sistema financeiro, eles têm funções distintas. O Pix é um meio de pagamento instantâneo, que permite transferências e pagamentos em tempo real, 24 horas por dia, utilizando chaves como CPF, e-mail ou número de telefone. Já o Drex é a moeda digital oficial brasileira (CBDC – Central Bank Digital Currency), equivalente ao real, porém emitida e transacionada exclusivamente em formato digital, dentro de uma plataforma autorizada pelo Banco Central. Enquanto o Pix é apenas uma ferramenta para movimentar valores existentes em contas bancárias, o Drex representa o próprio dinheiro em sua forma digital, com potencial para viabilizar transações mais complexas, como contratos inteligentes, tokenização de ativos e integração com serviços financeiros digitais de forma programável e segura.
O que muda na tecnologia e no cronograma
Este mês (agosto 2025), o Banco Central recalibrou o projeto: a primeira entrega, prevista para 2026, não usará blockchain/DLT e será voltada a serviços de bastidor do sistema financeiro, com prioridade para conciliação de gravames/garantias — isto é, verificar em uma plataforma única se um ativo já está dado em garantia, acelerando e barateando o crédito. A tokenização e a programabilidade seguem como objetivos de fases futuras, mas sem data definida.
O próprio Banco Central reforça que não há data oficial para o lançamento ao público: o Drex continua em fase de testes e evoluirá conforme os resultados do piloto e as diretrizes regulatórias. Além disso, o governo federal esclarece que o Drex não substituirá o papel-moeda nem servirá para monitorar cidadãos.
O que o usuário e as empresas devem esperar
Na largada, o Drex não será um meio de pagamento popular como o Pix. A primeira versão deve rodar entre instituições, melhorando processos de crédito com garantias e back-office. A médio prazo, o desenho do BCB prevê camadas que viabilizem ativos tokenizados, contratos inteligentes e integrações com Open Finance, criando base para produtos inovadores (ex.: frações de investimentos, liquidação instantânea com garantias digitais).
Governança, segurança e privacidade
O piloto do Drex foi estruturado para validar requisitos legais e de proteção de dados, além de compliance e trilhas de auditoria. A participação é restrita a instituições reguladas pelo BCB, sob normas específicas do projeto piloto. O BC sublinha que o Drex coexistirá com o real físico e com os depósitos bancários, em ambiente regulado e com regras de privacidade.
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