O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (25), recuando 1,01%, aos 135.767,29 pontos, em meio à cautela do mercado com a votação no Congresso Nacional sobre o projeto que veta o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A Bolsa brasileira perdeu mais de 1,3 mil pontos no dia, enquanto o dólar avançou e os juros futuros subiram.
Além do impasse fiscal, o cenário externo também pesou no humor dos investidores, apesar do cessar-fogo entre Israel e Irã e da alta do petróleo no mercado internacional.
Mesmo com a valorização da commodity, as ações do setor petrolífero recuaram:
- Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 0,58% e 0,51%
- Petrorio (PRIO3) recuou 1,27%
- PetroRecôncavo (RECV3) teve perda de 2,51%
Expectativa com o IOF e preocupação fiscal pressionam mercado
De acordo com Alison Correia, analista da Dom Investimentos, o mercado reagiu à incerteza sobre a votação que pode revogar o decreto de aumento do IOF. A proposta tramita na Câmara e no Senado, e sua eventual aprovação pode intensificar as pressões fiscais.
Nickolas Lobo, da Nomad, ressaltou que o foco dos investidores esteve nos desdobramentos do Congresso, dados negativos de transações correntes e entrada de capital estrangeiro, além das perspectivas de retorno das tarifas comerciais nos EUA.
“O mercado doméstico reflete as incertezas fiscais. O cenário externo está volátil, mas a atenção está voltada à política monetária americana e aos movimentos do Congresso brasileiro”, afirmou.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), manteve tom cauteloso em depoimento no Congresso dos EUA, reforçando que possíveis cortes de juros dependem dos efeitos temporários da inflação e das tarifas comerciais.
Dólar avança com tensão local, apesar de recuo global
O dólar comercial subiu 0,69%, encerrando cotado a R$ 5,5574, em movimento contrário ao do Dollar Index (DXY), que caiu 0,26%, aos 97,73 pontos. O avanço da moeda americana no Brasil refletiu as dúvidas fiscais e o impasse sobre o IOF.
Para Leonardo Santana, sócio da Top Gain, o movimento é uma “correção saudável” e o IOF ainda não foi totalmente precificado pelo mercado. Já Vanei Nagem, da Pronto! Invest, apontou que os investidores querem saber “como o governo fechará o rombo fiscal sem a arrecadação adicional do IOF”.
Juros futuros sobem com cenário fiscal
Os juros futuros (DIs) também fecharam em alta, acompanhando a valorização do dólar e a deterioração das expectativas fiscais.
Confira as taxas dos principais contratos, por volta das 16h35:
- DI jan/2026: 14,940% (de 14,950%)
- DI jan/2027: 14,210% (de 14,215%)
- DI jan/2028: 13,505% (de 13,480%)
- DI jan/2029: 13,380% (de 13,370%)
Fitch mantém nota de crédito do Brasil em BB
Mais cedo, a agência Fitch Ratings manteve a classificação de crédito do Brasil em BB, com perspectiva estável, citando a resiliência econômica e os desafios fiscais estruturais que ainda persistem.
Bolsas americanas fecham sem direção única
Nos Estados Unidos, os principais índices de ações encerraram o pregão de forma mista, com investidores avaliando o cenário geopolítico e os possíveis impactos das tarifas comerciais:
- Dow Jones: -0,25% (42.982,43 pontos)
- Nasdaq 100: +0,31% (19.973,55 pontos)
- S&P 500: -0,008% (6.092,16 pontos)
O Ibovespa futuro com vencimento em agosto caiu 0,91%, aos 138.015 pontos, com volume financeiro de R$ 18,8 bilhões.
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