Ibovespa fecha em queda com incerteza sobre IOF e fiscal

A Bolsa de Valores (B3) encerrou o pregão desta sexta-feira (28) em queda de 0,18%, aos 136.865,79 pontos, em um dia marcado por volatilidade. O Ibovespa oscilou entre a mínima de 136.468,56 pontos e a máxima de 137.208,57 pontos, refletindo a cautela dos investidores com a incerteza fiscal, após a revogação no Congresso do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Apesar disso, na semana, o índice acumulou alta de 0,23%.

O movimento negativo foi parcialmente contido pela valorização de 1,92% das ações da Vale (VALE3). Já Petrobras (PETR4) recuou 0,69%. O giro financeiro da sessão somou R$ 16,4 bilhões. Enquanto isso, em Nova York, os principais índices acionários fecharam em alta.

O Ibovespa futuro com vencimento em agosto caiu 0,12%, para 139.085 pontos.

Segundo o economista Fabio Louzada, fundador da Eu me banco, a derrubada do decreto do IOF aumentou a incerteza sobre a capacidade do governo em garantir arrecadação adicional. “O mercado se preocupa em como o governo vai conseguir arrecadar mais dinheiro. O tema promete trazer mais volatilidade na próxima semana”, avaliou.

Nicolas Farto, especialista em investimentos, destacou que a derrota do governo no Congresso sinaliza fragilidade política e pode antecipar a precificação eleitoral. “A questão do IOF esbarra no fiscal e complica o orçamento do ano que vem. A judicialização revela os bastidores de Brasília e o governo está pressionado”, disse.

Bruno Komura, analista da Potenza Capital, observou que o resultado do PCE nos EUA, mais fraco que o esperado, ajudou o humor externo. “Há expectativa de três cortes de juros pelo Federal Reserve — em setembro, outubro e dezembro. Mas aqui o fiscal segue no radar. Se o STF avançar nessa pauta do IOF, o Congresso pode reagir mal”, alertou.

Cenário internacional
Nos Estados Unidos, o índice de preços PCE subiu 0,1% em maio, em linha com as expectativas, e avançou 2,3% em 12 meses. Já a renda pessoal recuou 0,4% em maio (previsão era de +0,3%), enquanto os gastos pessoais caíram 0,1%.

Os principais índices de ações nos EUA fecharam em alta:

  • Dow Jones: +0,75%, aos 43.710,49 pontos
  • Nasdaq 100: +0,24%, aos 20.212,19 pontos
  • S&P 500: +0,23%, aos 6.155,35 pontos

Câmbio e juros futuros
O dólar comercial caiu 0,26%, cotado a R$ 5,4830, influenciado pela entrada de capital estrangeiro e pelo ambiente mais positivo no exterior. Na semana, a moeda acumulou desvalorização de 0,79%.

Para Vanei Nagem, sócio da Pronto! Invest, os fatores externos favoreceram o câmbio, apesar do cenário doméstico instável. Ele destaca que a taxa Selic elevada ajuda a sustentar o real no curto prazo.

Já o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, ponderou que o imbróglio envolvendo o IOF gera dúvidas fiscais que mantêm os investidores cautelosos, o que levou a queda do Ibovespa.

Os contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão próximos à estabilidade, à espera de sinais sobre como o governo resolverá o impasse em torno do IOF.

Cotações dos DIs por volta das 16h20:

  • Janeiro 2026: 14,935% (14,930% no ajuste anterior)
  • Janeiro 2027: 14,180% (14,185%)
  • Janeiro 2028: 13,430% (13,430%)
  • Janeiro 2029: 13,320% (13,300%)

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