Após quatro sessões consecutivas de queda, o Ibovespa fechou em alta moderada nesta terça-feira (24), impulsionada pela trégua entre Israel e Irã, a divulgação da ata do Copom e declarações mais amenas de membros do Federal Reserve (Fed). O avanço, no entanto, foi limitado pelo recuo das ações da Petrobras.
O Ibovespa encerrou o pregão com valorização de 0,44%, aos 137.164,61 pontos, enquanto o Ibovespa futuro com vencimento em agosto subiu 0,29%, alcançando 139.575 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 21,2 bilhões. No cenário externo, os principais índices de ações dos Estados Unidos também fecharam em alta.
Entre os destaques do dia, Petrobras recuou: PETR3 caiu 2,09% e PETR4, 1,96%. Em contrapartida, Itaú (ITUB4) subiu 1,88%, e o índice Small Caps (SMLL) teve alta de 0,80%.
Copom firme e trégua geopolítica sustentam otimismo
Segundo Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, a reação positiva do mercado está ligada à sinalização firme do Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano por um período prolongado. A trégua entre Israel e Irã também contribuiu para o alívio no sentimento de risco global.
“O BC deixou claro que não há espaço para cortes este ano, enquanto o Fed abre possibilidade de flexibilização se a inflação e o mercado de trabalho nos EUA permitirem”, comentou.
Para Ubirajara Silva, gestor de renda variável, o discurso mais dovish do presidente do Fed, Jerome Powell, fortaleceu a expectativa de cortes de juros ainda em 2025 nos Estados Unidos. “Chegou o momento de voltar à Bolsa, mesmo com o dólar e os DIs já melhorando”, avaliou.
Perspectiva de juros segue cautelosa
A ata do Copom foi interpretada como sinal de cautela monetária. O operador Guilherme Petris, da Manchester Investimentos, destacou que a projeção de inflação segue elevada — caiu de 5,5% para 5,3%, mas ainda está distante da meta de 3%. O mercado começa a precificar possíveis cortes de juros apenas a partir do segundo semestre de 2026.
Para o economista Luis Otávio Leal, da G5 Partners, o Banco Central destacou pontos como a preocupação com a política fiscal americana e o alívio recente da inflação no curto prazo. Ainda assim, a estratégia principal permanece: manter os juros altos até que haja clareza sobre o cenário.
Dólar avança e DIs recuam
No câmbio, o dólar comercial fechou com alta de 0,26%, cotado a R$ 5,5189, refletindo o otimismo com o cessar-fogo, mas ainda sustentado pelo forte fluxo de capital estrangeiro. Para Bruno Komura, da Potenza Capital, o dólar pode se consolidar na faixa de R$ 5,40, mas para romper esse patamar seria necessária a entrada de mais investidores.
Já os juros futuros (DIs) recuaram em diversos vencimentos:
- DI jan/2026: de 14,955% para 14,940%
- DI jan/2027: de 14,255% para 14,200%
- DI jan/2028: de 13,535% para 13,455%
- DI jan/2029: de 13,375% para 13,335%
Bolsas dos EUA também sobem com trégua internacional
No cenário internacional, os investidores repercutiram de forma positiva a possibilidade de estabilização no Oriente Médio. Os principais índices de Wall Street encerraram o dia em alta:
- Dow Jones: +1,19%, aos 43.089,02 pontos
- Nasdaq 100: +1,43%, aos 19.912,53 pontos
- S&P 500: +1,11%, aos 6.092,18 pontos
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