As crianças e os adolescentes estão em pleno desenvolvimento e para evoluir integralmente devem ser orientados por adultos atenciosos, dedicados e conscientes de sua responsabilidade com o ato de cuidar e educar.
A Constituição Federal de 1988, no seu art. 227, estabeleceu a obrigatoriedade da família, do Estado e da sociedade com a proteção e cuidado da infância, adolescência e juventude, ou seja, pessoas que estão nesta fase da vida são sujeitos de direitos e estes devem ser assegurados pelos adultos.
Considerando a história da educação brasileira é possível observar avanços significativos, um sistema de garantia de direitos e um caminho que ainda tem muito a ser percorrido. Há políticas públicas sendo implementadas, profissionais da educação buscando conhecimento e levando para o chão da escola a compreensão e a conscientização de que ao educar e proteger crianças e adolescentes estamos construindo uma sociedade mais digna e respeitosa.
É primordial que o estudante tenha assegurado o direito ao acesso à escola, ao transporte escolar, a alimentação, a permanência no ambiente educacional e principalmente que a educação oferecida seja de qualidade, que os profissionais sejam qualificados e em número suficiente, que considerem as especificidades de aprendizagem, onde a formação seja constitutiva de sua identidade profissional e que atuem com amorosidade e responsabilidade.
A escola é mais do que um currículo, um meio ou métodos diferenciados de transmissão de conteúdo e formalização de conhecimento. A sua tarefa atual vai além do desenvolvimento dashabilidades e competências especificadas nos documentos regulamentadores que legitimam sua função.
A escola é a instituição que conversa com todos os outros segmentos que garantem a evolução da vida por isso é um espaço de proteção integral. A escola tem acesso direto a família dos estudantes e observando suas necessidades tem o dever de acionar os demais agentes da rede de proteção e auxiliar na superação das dificuldades que estão interferindo no processo de desenvolvimento saudável dos seus estudantes.
Ao considerar as diferentes vivências, a infinitude de informações disponíveis nas redes sociais, observamos relações humanas, econômicas e políticas exacerbadas e individualistas, gerandoconsumismo, dor e angústia. Neste contexto o espaço escolar assume uma função educativa ainda maior, onde a educação como prática social deve orientar ações, cuidar e proteger, ensinar a viver neste mundo.
Tornar-se território de proteção integral exige da escola uma quebra de paradigmas e a elaboração de um planejamento mais amplo que contemple dinâmicas diferenciadas do educar e cuidar, que tenha espaço para a escuta ativa, para o olhar atento, para a discussão de situações cotidianas e resolução de conflitos. Sendo fundamental que todos os profissionais estejam engajados e atuem no desenvolvimento de ações coletivas e humanizadoras.
Para ser compreendida como “laboratório social” a escola deve estimular diálogos, visando o desenvolvimento do espírito crítico, a tomada de iniciativa, a convivência democrática e respeitosa.
A escola assume compromisso educacional e de proteção a vida junto com a família. É espaço de cultura, de harmonia, de afeto, de ensino e aprendizagens diversas e mesmo que a vida fora do espaço escolar tenha sido ou esteja sendo difícil, esta deve ser a instituição de referência, organização, acolhimento, orientação e o território da segurança, de proteção e da esperança.
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