Nos últimos anos, a baixa taxa de vacinação vem preocupando as instituições competentes, incluindo a família rotária, que batalha pela erradicação da doença no mundo
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves, instala-se a flacidez muscular, que causa paralisia e pode levar à morte.
Essa é uma doença sem cura, e o tratamento consiste em tratar os sintomas, sempre em casa hospitalar. Entre as sequelas estão problemas e dores nas articulações, pé equino (a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão), crescimento diferente das pernas, escoliose, osteoporose, paralisia dos membros, paralisia dos músculos da fala e da deglutição (o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta), dificuldade de falar, atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.
É um problema que, durante os séculos passados, assombrou o mundo tudo.
No Brasil, a primeira descrição de um surto de poliomielite foi feita pelo pediatra carioca Fernandes Figueira, 1911. Posteriormente, em 1917, Francisco de Salles Gomes descreveu outro surto no estado de São Paulo.
A poliomielite foi controlada com o uso das vacinas, principalmente as campanhas de vacinação em massa na década de 1980. De um total de 1280 casos de poliomielite em 1980, o número de acometidos em nossa país caiu para 122 casos por causa da vacinação.
No entanto, na metade dos anos 80, tivemos a última epidemia de poliomielite, sendo que os últimos isolamentos no Brasil foram em 1989, e desde então não tivemos mais casos de poliomielite selvagem no país. Até agora. Há uma enorme preocupação de que a doença volte a nos assombrar devido ao baixo número de vacinação nos últimos anos.
Combate
É histórica a participação dos Rotary Clubs do mundo todo na batalha pela erradicação da poliomielite no mundo. Conforme a contadora Mônica Carneiro Alves, que é também presidente do Rotaract Clube Pato Branco Vila, em 1979, o Rotary Internacional decidiu comprar e distribuir a vacina para mais de seis milhões de crianças nas Filipinas. Assim, em conjunto com a campanha Pólio Plus, de 1985, esses foram os primeiros esforços, aliados ao setor privado, em apoio a essa questão de saúde pública.
A partir de 1988, o Rotary, juntamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou a iniciativa Global de Erradicação da Pólio. Desde então, foram realizadas campanhas, em parceria com entidades públicas e privadas, e milhões de crianças foram vacinadas. “Hoje, apenas 2 países continuam endêmicos, entretanto, em virtude da baixa vacinação dos últimos anos, o Brasil também pode se tornar um deles, o que é muito preocupante”, alerta.
Mônica lembra ainda dos últimos dados da campanha de 2021, que registraram que apenas 69,9% das crianças brasileiras foram vacinadas, o que evidencia que essa problemática pode voltar a ser um risco. “Cabe destacar que a Poliomielite é uma doença fecal-oral, ou seja, pode ocorrer com a ingestão de água contaminada, alimentos e objetos e também oral-oral, de pessoa para pessoa, por gotículas respiratórias. Como consequência, a doença ataca o sistema nervoso e pode levar à paralisia”, explica.
Por isso, a família rotária segue como um dos principais apoiadores na compra e distribuição das vacinas, mas há campanhas de conscientização em todo o Brasil. “Aqui em Pato Branco, junto com a Secretaria Municipal de Saúde, a família rotária estará em alguns bairros fazendo a divulgação da campanha. A meta é ter 95% das crianças vacinadas”, fala Mônica.
Apenas uma gotinha
Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença que não tem cura, mas pode ser prevenida com a vacina, que é só uma gotinha. “Destacamos que essa atitude simples pode salvar a vida de inúmeras crianças e preservar uma infância feliz e saudável”, reage Mônica.
A presidente do Rotaract Clube Pato Branco Vila diz que sabe que o tema está sendo divulgado em vários meios de comunicação, “mas precisamos levar esse assunto para dentro de nossas casas e conversar com as famílias para que nossa cidade, estado e país fiquem livres dessa doença”, reforça. Neste sábado (20), a Secretaria da Saúde de Pato Branco vai seguir o calendário proposto pelo Ministério da Sáude e realizar o dia D de vacinação contra a Poliomielite, voltado para crianças a partir de 1 ano até 4 anos 11 meses e 29 dias, e Multivacinação, com atualização da caderneta de vacinação de Crianças e Adolescentes com até 14 anos, 11 meses e 29 dias.
As ações serão desenvolvidas das 9h às 16h nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Alvorada, Novo Horizonte, São Cristóvão, Morumbi, Pinheirinho, Industrial, Bortot, São João, Planalto, Vila Esperança, Fraron, Distrito de São Roque do Chopim, além da Sala Central de Vacina e na praça Presidente Vargas.
A meta, como já disse Mônica, é atingir 95% das 5.357 crianças poderão ser vacinadas contra a poliomielite.
“Reforço também que, assim como a Pólio, várias vacinas estão abaixo de 90% de cobertura. Um claro exemplo disso é a Febre Amarela, que está com 67,53% da cobertura vacinal. Deve-se sempre verificar a atualização da carteirinha de vacinação das crianças e adolescentes para vacinas como rotavírus, BCG, sarampo, entre outras”, alerta Mônica. “Nos últimos anos, perdemos tantas pessoas para uma doença por falta de vacinação, foram tempos difíceis e com pouca esperança. Agora, essas vacinas sempre estiveram à disposição dos cidadãos, então, não podemos deixá-las de lado”, finaliza.
SERVIÇO
Dia D da vacinação contra Poliomielite e Multivacinação
O quê? Vacina contra a Poliomielite – Crianças a partir de 1 ano até 4 anos 11 meses e 29 dias
Multivacinação – atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes com até 14 anos, 11 meses e 29 dias
Quando? Sábado, dia 20 de agosto de 2022, das 9h às 16h
Onde? Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Alvorada, Novo Horizonte, São Cristóvão, Morumbi, Pinheirinho, Industrial, Bortot, São João, Planalto, Vila Esperança, Fraron, Distrito de São Roque do Chopim, além da Sala Central de Vacina e na praça Presidente Vargas
Como? Levar a carteirinha de vacinação
