Medicina Veterinária Integrativa: equilíbrio entre o físico, mental e emocional dos animais

Você já deve ter ouvido falar que problemas mentais e emocionais podem causar doenças físicas, certo? O contrário também pode acontecer: problemas no nosso corpo podem causar complicações psicológicas. E isso afeta os animais também, já que o pouco estímulo para exercícios físicos, a alimentação errada e o excesso de medicamentos, entre outros fatores, podem causar uma baixa qualidade de vida. Para isso, a medicina veterinária integrativa vem para romper com o ciclo doença – remédio, diminuindo as doses medicamentosas administradas aos pets, cuidando da saúde como um todo.

A medicina integrativa, como o próprio nome sugere, busca tratar o paciente de modo integrado e humanizado. Dessa forma, propõe um olhar diferente, com profunda análise dos sintomas físicos no indivíduo, mas que principalmente, são levados em consideração outros quesitos, como corpo, mente e espírito. Voltada aos animais, dentro da medicina veterinária, é uma abordagem que combina o melhor dos tratamentos convencionais às terapias complementares, como dietas nutricionais, reiki, fitoterapia, florais, acupuntura, homeopatia, entre outras.

O fato é que a medicina veterinária evoluiu em suas práticas ao longo dos anos, integrando conhecimentos que buscam tratar os animais de uma forma mais ampla. Para a médica veterinária e gestora do Hospital Veterinários com Amor de Pato Branco, Karine Pacheco, a busca por tratamentos holísticos têm seguido uma tendência da sociedade em geral. “Assim como as pessoas estão buscando um maior equilíbrio entre seu emocional, mental, metabólico e físico, o olhar está se voltando também para seus animais de estimação como um todo e não apenas para a doença.”

Karine explica que a medicina integrativa pode e deve ser usada em todas as espécies, desde que os terapeutas sejam especializados e capacitados para isso. “Em uma consulta veterinária integrativa cada animal é analisado como um todo e seu tratamento é discutido junto com o tutor, tratando-o de forma individualizada, considerando o seu contexto social e controlando efeitos colaterais de medicações.” É importante salientar que estes métodos não dispensam o uso da medicação alopática ou convencional, o que difere a medicina integrativa da medicina alternativa.

Principais benefícios

De acordo com Karine, entre os principais benefícios da medicina integrativa, pode-se destacar o alívio da dor e os cuidados paliativos – dispensados aos pacientes com problemas decorrentes de doenças prolongadas, doenças crônicas graves, degenerativas terminais, incuráveis e progressivas, além do que, os tratamentos utilizados são todos evidenciados cientificamente.

Observa-se também efeitos muito positivos no controle das neoplasias, por exemplo, ou problemas comportamentais. “Animais com tumores têm grandes avanços com essas abordagens, assim como problemas emocionais, como traumas ou ansiedade e de algumas síndromes como a do abandono, minimizando o uso de medicamentos fortes.”

A veterinária destaca que quando as consultas e exames são realizados conjuntamente por ortopedista e acupunturista/fisioterapeuta, por exemplo, certamente se terá resultados melhores para os animais, tendo em vista que não existe um protocolo pré-determinado e específico para cada tipo de situação encontrada ou doença diagnosticada, mas sim cada animal possui suas particularidades no tratamento ou suporte.

“Exercemos uma medicina integrativa e holística, que presta atenção aos mínimos detalhes, ao todo, não só à parte lesada do corpo do animal. Olhamos para as suas emoções e para as dores dos seus tutores que os levaram até o hospital, acolhemos a família e buscamos, juntos, curar suas feridas físicas e emocionais, garantindo assim que vivam por mais tempo, de maneira mais saudável e mais felizes”, destaca Karine.

Conheça alguns tratamentos integrativos

O Hospital Veterinários com Amor é pioneiro no que diz respeito à medicina veterinária integrativa – especializado em ortopedia e reabilitação – no Paraná, atuando com estes tratamentos desde que iniciou seus trabalhos em Pato Branco. Conheça a seguir, alguns tratamentos que eles oferecem para o seu pet.

Acupuntura – “A acupuntura é um dos tratamentos do protocolo integrativo que utilizamos nos nossos pacientes. Seu objetivo é restaurar o equilíbrio dos meridianos. Os meridianos são trajetos onde se encontram os pontos que conectam a área superficial do corpo aos órgãos internos, sendo que por esses pontos passam várias terminações nervosas, fibras musculares, tendões, ligamentos e articulações. São neles que colocamos agulhas, moxas e até lasers, com objetivo de liberar a energia acumulada pelo corpo para que ela seja equilibrada”, explica Karine.

Entre os benefícios estão a melhora do fluxo sanguíneo, estimulação do sistema imunológico, alívio da dor, recuperação motora, normalização das funções orgânicas, modulação das funções endócrinas, ativação de processos regenerativos e relaxamento. Na saúde mental, trata ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, hiperatividade e até fobias – sim, os animais também sofrem com esses problemas.

Células troncos – As células-tronco são aquelas capazes de se reproduzir e gerar células novas, e tecidos e órgãos podem se regenerar quando recebem o tratamento, por isso há várias indicações para esse uso. Este tratamento agiliza a recuperação dos pacientes, devolvendo qualidade de vida e oferecendo maior bem-estar.

“Aqui no hospital, a gente utiliza mais rotineiramente em pacientes com problema medular, por discopatia, problemas na coluna; para animais com doenças imunomediadas; gatos com FelV; pacientes renais também apresentam uma resposta muito boa; animais idosos, em cuidado paliativo, sem energia, sem disposição; animais atópicos; olho seco; e úlcera de córnea.”

Moxabustão – A técnica terapeuta chamada Moxabustão (Moxa), originou-se na medicina tradicional da China. A técnica previne e trata doenças através de pontos de calor, utilizando uma erva específica, a Artemísia, durante o processo. A moxa é muito utilizada em pessoas há séculos, mas a técnica está em expansão na área da medicina veterinária.

Esse tratamento alivia os sinais da dor, desbloqueia o meridiano energético acometido e melhora a circulação de sangue e energia em casos de doenças de coluna, por exemplo.

Reiki – O reiki é uma técnica terapêutica energética vinda do Japão, que utiliza as mãos para transmitir a energia Universal a alguém, com objetivo de proporcionar o alinhamento dos centros de energia (chakras).

“Aqui no hospital o reiki é utilizado rotineiramente como parte complementar do protocolo clínico, de reabilitação e cirúrgico. Ele ajuda na redução de dor (inclusive a crônica), redução de estresse e ansiedade, melhora a imunidade e melhora a qualidade de vida, efeitos que, cada vez mais, vêm sendo comprovados pela ciência”, conta a veterinária.

Hidroesteira – Nela os pacientes fazem fisioterapia dentro da água, tendo benefícios físicos e psicológicos, relaxando na água quentinha enquanto reduz os impactos de alguns exercícios e otimiza tantos outros. Além disso, o exercício na água é um dos maiores aliados para pacientes com deficiência motora, atrofia muscular, doenças ortopédicas, obesidade, doenças neurológicas, displasias, problemas de coluna, artroses e vários outros problemas.

Atenção às alterações comportamentais do seu pet

Muitas vezes os animais demonstram dor através de mudanças muito sutis no seu comportamento: evita subir um degrau, recusa a caminhar o quarteirão todo, lambe insistentemente uma área específica do corpo, chora quando é pego no colo, reduz o apetite, muda pequenos hábitos de sua rotina ou apenas fica mais quieto. A sutileza das suas demonstrações muitas vezes não reflete a gravidade e intensidade da sua dor, especialmente quando se trata de gatos.

“Por isso é tão importante uma consulta veterinária de rotina, mesmo que seu animal não esteja com sintomas perceptíveis aos seus olhos de tutor. Os exames clínicos específicos podem detectar uma dor quando ela ainda está no leve e prevenir que o animal vivencie um estágio de dor crônica, intensa ou de difícil controle”, finaliza Karine.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.