No vídeo, ele ainda argumenta que a prisão não teria base legal. “Hoje é dia 4 de setembro de 2021, a Polícia Federal até o momento não cumpriu o mandado de prisão expedido pelo Alexandre de Moraes à minha pessoa, porque ordens ilegais não se cumprem”, diz o caminhoneiro para, em seguida, fazer o “convite”.
A ordem de prisão contra o caminhoneiro foi expedida na sexta, 3, no âmbito de um inquérito aberto para investigar a organização de manifestações violentas no feriado. A mesma investigação resultou na prisão do blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza.
O blogueiro já havia sido alvo de buscas no último dia 20 na operação que atingiu o cantor Sérgio Reis. Ele também teve o canal de YouTube e o perfil no Instagram suspensos na investigação.
Desde o dia 20 de agosto, Trovão está proibido por ordem judicial de se aproximar de um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes. A mesma proibição vale para o cantor Sérgio Reis, o deputado Otoni de Paula e outras nove pessoas que, segundo a investigação, defendiam um ‘levante’ em Brasília no 7 de Setembro.
Além disso, Moraes também ordenou o bloqueio de uma chave Pix (e da conta a ela vinculada) que, segundo a PGR, tem recebido ‘doações de particulares para financiar a paralisação’ planejada pelo grupo.
‘Levante’
Segundo a decisão que determinou as operações de busca e apreensão, no mês passado, a articulação para uma espécie de ‘levante’ no 7 de Setembro teve início com Zé Trovão. O caminhoneiro, diz o documento assinado por Moraes, “incitou seguidores, a pretexto de fazer um pronunciamento sobre uma suposta greve dos caminhoneiros, a invadir o Supremo e o Congresso Nacional e a ‘partir pra cima’ do Presidente e do Relator da CPI da Pandemia de modo a ‘resolver o problema (do aumento) dos combustíveis no Brasil'”.
A Procuradoria-Geral da República relatou que o caminhoneiro bolsonarista se ‘empolgou” com a repercussão da live e seguiu postando vídeos convocando a população a ‘exigir a exoneração dos onze ministros do STF’, dizendo ainda ter feito um contato com ‘o agronegócio’, para ‘apoiar sua causa’. De acordo com a Procuradoria, havia uma ‘preocupação de se evitar que órgãos de segurança pública tomem conhecimento da conspiração em andamento’.
Ainda segundo o órgão, a partir do dia 15 de julho, passaram a circular nas redes sociais publicações com as frases “Paralisação dos caminhoneiro e o povo”, “exoneração dos ministros do STF”, “07 de setembro 2021” e “agro, caminhoneiros e o povo, juntos num só objetivo”. Dez dias depois, a mobilização teria começado a tomar forma, indicou o Ministério Público Federal, com uma reunião realizada no hotel no Blue Tree Premium Faria Lima, ‘sob os auspícios do “Movimento Pro Brasil”‘.
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