No evento, Guedes disse que a reformulação de políticas sociais, em estudo pelo governo, poderá incluir incentivos para reduzir o volume de alimentos que acabam no lixo. O ministro criticou os “excessos” nas refeições dos brasileiros.
“Quando você vê um prato da classe média europeia, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui nós fazemos almoços em que muitas vezes há uma sobra enorme. Até o final da refeição da classe média alta há excessos”, comentou.
De acordo com o ministro, é preciso facilitar a conexão entre políticas sociais e o fim dos desperdícios. “Precisamos dar incentivos para o que é jogado fora possa ser endereçado aos mais necessitados”, afirmou.
No mesmo evento, a ministra Tereza Cristina disse que a redução do desperdício de alimentos precisa ser trabalhada de forma mais objetiva e com maior celeridade pelo governo federal. “Especialmente na parte regulatória. Proponho que montemos um grupo interministerial, junto com ministério da Economia e da Cidadania, e em 15 dias voltamos a apresentar uma solução”, afirmou. Já escolado por ser cobrado por prazos não cumpridos, Guedes falou de um prazo maior, de até 60 dias.
Sobre as questões regulatórias, a ministra apontou que alguns pontos da legislação podem ser revistos como o tempo de validade dos alimentos. “Temos certos exageros na legislação sobre os quais podemos fazer adaptação, sem precarizar e respeitando o que o mundo pensa. Podemos rever a legislação para melhorar uma série de gargalos, principalmente quanto à validade dos alimentos”, apontou Tereza Cristina.
Na avaliação de Tereza Cristina, a pandemia de covid-19 trouxe à tona o tema do desperdício alimentar de forma mais perceptível. “Há muito tempo que precisávamos trabalhar o desperdício alimentar de parte mais objetiva. Precisamos agir rapidamente”, comentou.
Bolsa Família
Guedes disse ainda que o ministro da Cidadania, João Roma, está desenhando novos programas sociais. Neste momento, o governo discute a reformulação do Bolsa Família e o presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar que o programa pagará em média R$ 300 a partir de dezembro, mas técnicos do governo ainda discutem como esse reajuste pode caber no Orçamento do ano que vem.
” Nosso governo está coerente, trabalhando muito junto, equipe muito unida para manter a cadeia produtiva funcionando”, afirmou o ministro. No mesmo evento, Roma disse apenas que o governo pretende apresentar propostas para o “fortalecimento” de seus programas sociais.
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