O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (3) em alta de 1,34%, aos 140.927,86 pontos, renovando a máxima histórica de fechamento e atingindo 141.303,55 pontos no intraday. O movimento foi sustentado pelo otimismo global após a divulgação do payroll nos Estados Unidos, além de expectativas domésticas com as eleições de 2026.
Entre os destaques, apenas dez ações da carteira teórica do Ibovespa fecharam em baixa, com MRV (MRVE3), BRF (BRFS3) e Vale (VALE3) entre as principais quedas. O giro financeiro do dia somou R$ 16,4 bilhões. Em Nova York, os índices também fecharam em alta, impulsionados por dados mistos do mercado de trabalho americano.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou a criação de 147 mil vagas de trabalho em junho, superando as expectativas do mercado, que previa 110 mil. A taxa de desemprego caiu para 4,1%, abaixo da projeção de 4,2%. Já o salário médio por hora subiu 0,2% no mês, contra expectativa de 0,3%, e 3,7% na base anual, também abaixo do esperado (3,9%).
Felipe SantAnna, especialista do grupo Axia Investing, explicou que o bom humor externo contaminou o mercado local, impulsionando o Ibovespa. “O payroll mostrou um mercado de trabalho aquecido, mas o detalhe da composição foi considerado benigno. Aqui, também há muito apetite ao risco, com investidores olhando para pesquisas eleitorais que indicam alternância de poder em 2026”, avaliou.
Thiago Pedroso, responsável pela área de renda variável da Criteria, destacou que o dado americano ajudou a puxar o mercado. “O payroll deu uma boa puxada lá fora. Soma-se a isso pesquisas que mostram Lula atrás de Tarcísio no segundo turno, o que anima ainda mais a Bolsa”, afirmou.
Segundo Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, o dado americano trouxe alívio global. “O número forte de geração de empregos estimula a percepção de crescimento robusto nos EUA, afastando temores de recessão mais profunda e sustentando fluxo de capital para ativos de risco. Ainda assim, o dado enfraqueceu apostas de corte de juros já em julho, mas manteve expectativa elevada para setembro.”
No mercado cambial, o dólar comercial caiu 0,26%, fechando a R$ 5,4040 para venda. O dólar futuro para agosto recuou 0,32%, a R$ 5.445,00. A moeda americana oscilou entre leves altas e baixas ao longo do dia, refletindo o payroll e o fechamento mais cedo das bolsas americanas devido ao feriado de Independência nos EUA.
O Dollar Index (DXY) subiu 0,40%, para 97,17 pontos, em linha com a expectativa de manutenção da taxa Fed Funds em julho e possibilidade de corte apenas em setembro.
Entre os juros futuros, os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta moderada, acompanhando o movimento das Treasuries. O DI para janeiro de 2026 projetou taxa de 14,915% (14,920% no ajuste anterior), o DI para janeiro de 2027 foi a 14,140% (14,115%), janeiro de 2028 subiu para 13,360% (13,320%) e janeiro de 2029 ficou em 13,205% (13,150%).
No exterior, os principais índices acionários dos EUA fecharam positivos. O Dow Jones avançou 0,77% (44.828,53 pontos), o Nasdaq 100 ganhou 1,02% (20.601,10 pontos) e o S&P 500 subiu 0,83% (6.279,35 pontos), apoiados em sinais mistos do payroll que aliviaram as apostas em cortes imediatos dos juros pelo Federal Reserve.
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