Influenza A é principal causa de mortes por SRAG em idosos

O mais recente boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta para o avanço do vírus influenza A como principal causador de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos. A doença também figura entre as três maiores causas de óbito por SRAG em crianças no Brasil.

De acordo com o levantamento, houve um aumento significativo nas hospitalizações por influenza A em diversas regiões do país. Os estados das regiões Centro-Sul, bem como áreas do Norte e Nordeste, apresentam níveis moderados a altos de incidência da doença.

Em contrapartida, algumas unidades federativas das regiões Centro-Oeste e Sudeste vêm registrando sinais de desaceleração — ou até mesmo reversão — nos casos de SRAG em crianças pequenas, especialmente os associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

Apesar dessa tendência, a pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, faz um alerta: “Ainda não é o momento de relaxar os cuidados nessas regiões, já que a incidência de casos continua alta ou moderada.”

A especialista também destaca a gravidade da situação nas faixas etárias mais vulneráveis. Segundo ela, a taxa de mortalidade por SRAG entre crianças pequenas se aproxima da registrada entre idosos. Nos idosos, o vírus da influenza A lidera as causas de morte por SRAG, seguido pela Covid-19. Já entre as crianças, o VSR segue como principal responsável, com o rinovírus e a própria influenza A figurando logo atrás.

Frente ao cenário, Tatiana Portella reforça a importância da vacinação contra a gripe, principalmente para os grupos mais vulneráveis. “A vacina é a medida mais eficaz para prevenir hospitalizações e mortes”, afirma. Ela também recomenda o uso de máscaras em unidades de saúde, ambientes com aglomeração e em casos de sintomas gripais ou resfriado.

Casos de SRAG em alta

O boletim também registra aumento contínuo nos casos de SRAG em todo o país, tanto nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) quanto de curto prazo (últimas três semanas). O avanço é atribuído à maior incidência do VSR em crianças pequenas e do vírus influenza A em jovens, adultos e idosos.

Entre os menores de idade, o VSR continua sendo o vírus de maior impacto tanto em termos de incidência quanto de mortalidade. Outros agentes virais relevantes nessa faixa etária são o rinovírus e a influenza A, que também tem elevado impacto entre os idosos.

Situação por estado

Segundo a Fiocruz, 15 das 27 unidades federativas estão em nível de alerta, risco ou alto risco para SRAG, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. São elas: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais , Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins

Outros oito estados também apresentam níveis elevados de incidência de SRAG, embora sem tendência de crescimento de longo prazo: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Sergipe e Rio Grande do Norte

A Fiocruz segue monitorando os dados nacionais por meio do InfoGripe, boletim semanal que pode ser acessado diretamente no portal oficial da Fiocruz. A vacinação contra a influenza está disponível gratuitamente nas unidades do SUS para grupos prioritários, conforme orientação do Ministério da Saúde.

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