O programa Banco do Agricultor Paranaense acaba de alcançar a marca histórica de R$ 1 bilhão em financiamentos contratados para produtores rurais do Estado. Lançado em 2021, o programa já beneficiou mais de 7,8 mil projetos voltados à melhoria da produção no campo, abrangendo cadeias como bovinocultura de leite, fruticultura, olericultura, café, irrigação e energias renováveis.
Coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o programa conta com subsídio do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), gerenciado pela Fomento Paraná, que reduz ou zera os juros dos financiamentos contratados com instituições credenciadas — entre elas, Banco do Brasil, BRDE, Sicredi, Sicoob e Cresol.
“O agricultor está deixando de pagar mais de R$ 300 milhões em juros com o apoio do programa”, afirma Claudio Stabile, diretor-presidente da Fomento Paraná. “Essa redução de custo impacta no preço dos alimentos e melhora a renda do produtor.”
Financiamentos com impacto direto na produção
Somente o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) formalizou mais de 1.100 contratos, com aproximadamente R$ 100 milhões em juros equalizados e quase R$ 300 milhões em projetos voltados à irrigação e fontes alternativas de energia.
O Banco do Brasil destaca que mais de 5 mil famílias foram beneficiadas. “Essa parceria fortalece a agricultura familiar e reforça o papel do banco como parceiro estratégico do agronegócio paranaense”, afirma Luis Felipe Guimarães, gerente de Mercado Agro no Paraná.
Na visão da Cresol e do Sicredi, o programa alavanca a tecnologia no campo, contribui para a sustentabilidade e gera emprego e renda nas comunidades rurais. Segundo Gilson Farias, do Sicredi PR/SP/RJ, “já são mais de R$ 70 milhões em operações diretas e R$ 186 milhões em parceria com o BRDE”.
FIDC Agro Paraná amplia acesso ao crédito
Outra iniciativa do Governo do Estado é o FIDC Agro Paraná, fundo lançado na B3 com apoio da Fomento Paraná. Com potencial para alavancar até R$ 2 bilhões em negócios, o fundo atende produtores ligados a grandes cooperativas e empresas integradoras, oferecendo taxas de juros em torno de 9% ao ano — bem abaixo da atual Selic, próxima de 15%.
“Estamos investindo inicialmente R$ 150 milhões e temos mais R$ 200 milhões para novos fundos”, detalha Stabile.
Seguro Rural com mais recursos em 2025
A Fomento Paraná também atua na proteção da produção rural com o Programa de Seguro Rural, que já destinou R$ 88,6 milhões em subvenções desde 2009, cobrindo 47,1 mil apólices. Para 2025, estão previstos R$ 12 milhões em recursos do FDE, dos quais mais de dois terços já foram aplicados — principalmente na cobertura da segunda safra do milho.
A subvenção estadual cobre até 20% do valor da apólice (com o mesmo percentual do governo federal), limitando o custo para o produtor a 60%. São contempladas 29 culturas e atividades, incluindo frutas, grãos e pecuária. Cada produtor pode contratar até R$ 8,8 mil por ano.
De acordo com o Departamento de Economia Rural da Seab, o seguro é essencial para evitar o endividamento diante dos eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes, como estiagens, chuvas intensas, granizo e geadas.
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